Esses monges faziam um jejum a base de cerveja durante a Quaresma

Durante os 40 dias da Quaresma, os católicos fazem jejum e costumam se abster de doces, tecnologia, álcool e outros luxos. Entretanto, havia um grupo de monges que decidiu realizar durante este tempo litúrgico um jejum bastante peculiar, pois consistia em tomar somente cerveja.

A história é contada por Martin Zuber, o mestre cervejeiro e sommelier de cerveja da empresa alemã Paulaner, fundada em 1634. Esta empresa está presente em 70 países e é considerada uma das cervejarias mais importantes que participam da Oktoberfest, o festival da cerveja de Munique (Alemanha).

No século XVII, um grupo de monges da Ordem dos Mínimos (Paulaner monks, em alemão), fundada por São Francisco de Paula, mudou-se do sul da Itália para o mosteiro de Neudeck ob der Au, na Baviera (Alemanha).

Zuber comentou que durante a Quaresma, os monges não podiam consumir alimentos sólidos. Como eles precisavam de algo que tivesse mais sustância do que a água, adaptaram-se ao elemento da região que se encaixava nas suas necessidades: a cerveja.

Os monges decidiram fazer a sua própria cerveja, a qual continha uma grande quantidade de carboidratos e nutrientes que os ajudavam a suportar o jejum. Seu sabor era doce e o nível de álcool era baixo. Devido à sua consistência forte, chamavam-na de “pão líquido”. Este tipo de cerveja está catalogada no tipo doppelbock e a sua cor é escura.

Algum tempo depois, começaram a oferecer a sua cerveja ao público, inclusive, entregavam-na como um tipo de “esmola” aos mais necessitados. Depois, venderam-na à comunidade e se tornou um produto da cervejaria Paulaner.

Zuber comentou que a cerveja dos monges foi batizada com o nome de “Salvator”, este nome vem de “Sankt Vater”. A tradução dessas palavras é “a cerveja do Santo Padre”.

Fonte: ACI Digital