Religiosas encontram água em zona desértica do Quênia e abastecerão milhares
Segundo explica a religiosa em AVAN, a agência de notícias da Arquidiocese de Valência (Espanha), o convento de clausura onde elas vivem “foi construído em uma zona muito seca onde nos disseram que encontraríamos água, mas, após oito escavações em busca de poços, desistimos de tentar”.
O convento de clausura das Agostinianas Recoletas é formado por 18 religiosas, 16 são do Quênia, uma das Filipinas e outra espanhola, Maria José Vila, responsável pelo convento. Elas se dedicam à oração e, como trabalho, elaboram casulas, alvas e hóstias para consagrar.
Depois de onze anos vivendo nessa zona e oito tentativas de escavações, a religiosa explica que construíram “uma cisterna em um rio a mais de 2 quilômetros para trazer água, demoramos vários anos e tivemos que canalizar com tubos subterrâneos até o convento” .
Esta canalização durou um tempo, “mas os tubos se quebravam e a água chegava muito suja, inclusive com o purificador, de maneira que esta não foi uma solução definitiva”.
A religiosa recordou que no momento em que a água saiu “todas as irmãs estávamos sentadas ao redor da escavação, nervosas porque era a nossa última oportunidade, e quando vimos a água abundante choramos de alegria e, inclusive, o engenheiro que realizou o projeto técnico caiu de joelhos”.
Depois de encontrar água, as religiosas precisaram completar a instalação “com uma bomba, tubos e tanques” e tiveram que investir todos os seus fundos. Segundo afirma, foi “uma conquista e um grande presente de Deus”.
A água do poço “mudou a nossa vida, conseguimos a primeira colheita de vegetais na horta e os arredores do convento estão completamente verdes”, explica a religiosa agostiniana.
Também sublinhou que, além disso, elas podem compartilhar a água “com o povoado, porque somos conscientes de que a água é um direito que não pode ser negado a ninguém e ainda mais em uma zona desértica como esta”.
Para realizar o seu trabalho de elaboração de hóstias para consagrar, a Fundação ‘Ad Gentes’ da Arquidiocese de Valência lhes ofereceu ajuda para cobrir a compra de uma máquina, pois recentemente quebrou uma das suas duas máquinas. “Com uma máquina, não podemos responder a todas as exigências da nossa Diocese”, explicou.
A Irmã Maria José também explicou que, além de manter o convento, com o dinheiro que ganham na fabricação das hóstias, elas também ajudam outras pessoas, “especialmente as mães de família”.
A religiosa Maria José, que permaneceu 15 anos nas Filipinas antes de chegar ao Quênia, assegura que em seus 30 anos de vida contemplativa ela teve “uma vida linda” e que a cada dia ela “é mais feliz”.
“Onde eu vivi, senti a presença de Deus, das pessoas, a alegria da criação e de entregar-me aos outros sem esperar nada em troca. Em meio à minha pobreza, acho que sou imensamente rica e não sinto falta de nada, porque tenho Deus e as minhas irmãs”.
Fonte: ACI Digital