O preguiçoso não herdará o reino dos céus.

A palavra nos exorta que o Reino dos céus é conquistado pelos violentos. Vejamos:

“Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”.
Mateus 11,12

 

Observemos que, se o reino dos céus é conquistado à custa de violência como poderemos alcançá-lo permitindo que a nossa vida seja regada por doses diárias de preguiça, que nos impedem de seguir a Deus? Não há como lutar contra as paixões, fazer sacrifícios, renúncias, se estamos ociosos, sem tempo para nos conhecermos e nos reconhecermos como filhos de Deus, sem tempo para crescermos espiritualmente, para refletirmos quais são os nossos pecados, nossas doenças espirituais, para então combatê-los com violência.

A preguiça é a mãe de outros vícios, como nos exorta a palavra de Deus:

“O jugo e a correia fazem dobrar o mais rígido pescoço; o trabalho contínuo torna o escravo dócil. Para o escravo malévolo a tortura e as peias; manda-o para o trabalho para que ele não fique ocioso, pois a ociosidade ensina muita malícia”.
Eclo 33. 27, 29

 A preguiça, como diz o Padre Francisco Faus, corresponde à resistência ao sacrifício. É, portanto, o deleitar-se no que é cômodo, no que não necessita do nosso desprendimento, do nosso esforço, do nosso SACRIFÍCIO.

“A preguiça significa, antes de mais nada, que o homem renuncia à altura da sua dignidade: não quer ser aquilo que Deus quer que seja”

Josef Pieper

 A preguiça traz danos a nossa vida espiritual, nos impede de perseverar nas virtudes, e conseqüentemente nos distancia da procura, do esforço em conquistar os bens eternos.

“A preguiça detesta o que o amor abraça, entristece-se com o que alegra o amor”.

Padre Francisco Faus

Vejamos alguns sinais da preguiça espiritual:

  • Infidelidades contínuas a consciência;
  • Desprezo secreto pelas pessoas piedosas;
  • Distrações voluntárias e contínuas na oração;
  • Sacramentos recebidos com frieza e sem frutos;
  • Aborrecimento das coisas santas;
  • Inúmeras faltas repetidas e ausência de qualquer esforço para se corrigir.

Padre Paulo Ricardo

 

Como vencer esse estado? Trabalho e mortificações.

Finalizamos esse texto, com um pequeno trecho do livro de São Josemaria escrivá:

“Quem é laborioso aproveita o tempo (…). Faz o que deve e está no que faz, não por rotina nem para ocupar as horas, mas como fruto de uma reflexão atenta e ponderada. Por isso é diligente. O uso normal dessa palavra – diligente – já nos evoca a sua origem latina. Diligente vem do verbo diligo, que significa amar, apreciar, escolher alguma coisa depois de uma atenção esmerada e cuidadosa. Não é diligente quem se precipita, mas quem trabalha com amor, primorosamente”

Referências

  1. A preguiça, Francisco Faus
  2. Josef Pieper, in: LeclercqPieper, De La vida serena.
  3. Josemaría Escrivá, Amigos de Deus
  4. https://padrepauloricardo.org/blog/preguicoso-nao-entra-no-ceu