As nossas imperfeições também levam a Deus

A miséria do eu

Aprendemos por meio da Santa Igreja que as más inclinações permanecem em nós durante toda a vida, e que, sem a graça Divina ninguém pode evitar rodos os pecados veniais.

“Não pensemos que, enquanto estivermos nesta vida, podemos viver sem cometer imperfeições”. 

Somos seres imperfeitos, incapazes de viver sem cometar um ato derivado de nossa má inclinação, uma vez que todos nascemos com o pecado original. Esses atos podem ser gerados principalmente na nossa incapacidade de dizer ‘não’ a nossa vontade própria. A nossa vaidade disfarçada de amor próprio nos induz as más inclinações porque é o lado humano e não o espiritual nos conduzindo.

O amor-próprio

“O amor-próprio poderá estar em nós mortificado; morto, porém, nunca estará […]. Não devemos nos admirar se às vezes não sentimos o amor-próprio dar sinais de vida. às vezes dorme como uma raposa. Por isso é necessário vigiá-lo constantemente e defender-se dos seus assaltos com paciência e mansidão”.

Assim, é preciso travar uma luta constante contra nós mesmos no processo de conversão que deve ser diário, lutar contra o nosso eu e o ego que teima em falar mais alto. E também, é necessário compreender e aceitar nossas faltas, defeitos e ter a humildade de reconhecer que precisamos nos aproximar cada vez mais da graça de Nosso Senhor.

É preciso ter consciência que por maior que seja a nossa boa vontade temos que reconhecer que […] nossas imperfeições nos acompanharão até a sepultura. Assim quando tropeçarmos é preciso levantar com serenidade e humilhar-se na presença de Deus […]. É necessário detestar a ofensa que se fez a Nosso Senhor e retornar ao caminho da virtude abandonado com coragem e confiança na misericórdia divina.

“Não são mais santos os que cometem menos faltas, mas sim os que tem mais coragem […] os que fazem maiores esforços sobre si mesmos e não tem medo de escorregar, cair e até manchar-se um pouco, contanto que avancem”.

Por fim, reconhecer que somos imperfeitos não deve nos desanimar no caminho para o Céu. E sim, nos impulsionar a melhorar a cada dia e reconhecer que não somos nada sem Nosso Senhor. Pois, é em nossa fraqueza que ele se faz forte.

(A arte de aproveitar as próprias faltas – Joseph Tissot)