Como pode a Igreja apoiar a Profanação de Maria no Carnaval?

 

Há alguns dias atrás, vi um abaixo assinado rodando pela internet que me chamou muito a atenção por trazer em seu título a seguinte frase “Contra a profanação da Virgem Maria no carnaval”. Não poderia deixar para depois a leitura de um assunto tão sério, cliquei na matéria e fiquei em estado de choque, quase cai da cadeira quando vi que o abaixo assinado era direcionado a um arcebispo de São Paulo, no caso, Dom Odilo.

Exatamente! O aval para a escola de samba fazer uma suposta “homenagem” a Nossa Senhora Aparecida veio de dentro da própria Igreja Católica. Oiiii?? Como assim?? Não pode ser verdadeira essa informação, um bispo em sã consciência não permitiria que a Mãe de Deus fosse colocada em meio a cobras, dragões e muita devassidão. A Igreja Católica não permitiria tamanho desrespeito.    Então comecei a pesquisar no Google e até mesmo na página do Facebook de Dom Odilo. Mas não encontrei nada que comprovasse tal feito e acabei me além de uma reportagem na Veja de São Paulo que dizia:

“O tabu do uso de imagens de santos em escolas de samba vai cair no Anhembi, com a bênção do arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer. Recentemente, ele deu aval à Unidos de Vila Maria para homenagear Nossa Senhora Aparecida em 2017, quando se celebram 300 anos do surgimento da santa às margens do Rio Paraíba do Sul”

Como foi a única coisa que encontrei, acabei não dando muita relevância, acreditando que não passaria de uma brincadeira de muito mal gosto.

Porém, ontem pela noite vi uma matéria da UOL, onde informavam um protesto realizado por fiéis católicos contra o apoio dado pela Igreja a escola de samba (Unidos de Vila Maria) para cruzar o sambódromo do Anhembi com um desfile em “homenagem” a Nossa Senhora Aparecida. No último dia sábado (4), o grupo de reuniu em frente à Catedral e fez um ato de desagravo contra tamanha profanação. A repórter Jussara Soares, colaboradora da UOL,  traz em seu blog, várias publicações elogiando e apoiando o fato.

Durante o ato de desagravo, Andrea Fiorentino, uma das organizadoras do movimento comentou que após uma missa, chegou a procurar Dom Odilo para conversar. E teria ouvido do arcebispo que o Carnaval era também um modo de evangelizar. “Como evangelizar no meio de pessoas seminuas? Eu propus a ele ir para a porta do sambódromo, fazer um altar para Nossa Senhora e ficar lá de joelhos. Isso é evangelizar”, enfatizou.

Carlos Henrique Delazari, de Vitória (ES), presidente da Congregação Mariana, associação de católicos que têm a vida consagrada à Virgem Maria, critica: “O Carnaval é uma festa mundana, onde reina a impureza, como pode a Mãe Deus – a rainha da pureza – estar no meio disso? É uma ofensa à fé católica. Isso só é possível num mundo louco como o de hoje”

Para Carlos Henrique, o fato de a Vila Maria evitar nudez e cumprir outras regras estipuladas pela igreja — como não fazer sincretismo religioso — não minimiza o sacrilégio. “Vão passar outras escolas, antes e depois, com vários temas e nudez. E Nossa Senhora será apenas uma mais. Vou lutar contra isso de todas as formas.”

Por enquanto nenhum outro bispo ou autoridade da Igreja se manifestou contra essa vergonha toda, oque acho lastimável.

Segundo a Sã Doutrina de sempre da Igreja Católica, sob o patrocínio de Santo Afonso Maria de Ligório, “expor-se a uma ocasião próxima de pecado mortal, que se poderia evitar, já é pecado mortal de imprudência“.

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E é por esse caminho que vemos, hoje, a cristandade como que a se derreter, aniquilando-se a si mesma, como cera próxima do fogo. A necessária reforma das consciências cristãs requer necessariamente que se restitua às almas o horror pelo pecado. Não é possível querer ser cristão e continuar brincando com a própria salvação eterna, expondo-se aos sutis laços do inferno que são as ocasiões próximas de pecado. Assim, pergunta a Sagrada Escritura: “Pode alguém caminhar sobre brasas sem queimar os próprios pés?” (Pr 6,28).
E como já dizia um velho e experiente diretor de almas: “Em fugir ou não fugir da ocasião, consiste o cair ou não cair no pecado”. E este mesmo autor faz uma curiosa observação:  Somos muitas vezes nós que tentamos ao diabo! Por quê? Porque somos nós os que buscamos a ocasião, os que chamamos por ela; e buscar a ocasião em vez de ela nos buscar é, em vez de o diabo nos tentar a nós, tentarmos nós ao diabo…” (Pe. Manuel Bernardes, Sermões e Práticas, II)Nada auxilia tanto os planos do demônio quanto as ocasiões de pecado. São como que as emboscadas onde a todo momento aquela antiga serpente prepara o bote. Logo não há outra alternativa para o homem: ou a fuga das más ocasiões ou a morte espiritual.


Adverte-nos, ainda, Sto. Afonso de Ligório:

Um sem número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado. Quantas almas lá no inferno não se lastimam e queixam: ‘infeliz de mim! Se tivesse evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!’. (…) O Espírito Santo diz: ‘Quem ama o perigo, nele perecerá’ (Eclo 3,27). Segundo Sto. Tomás, a razão disso é que Deus nos abandona no perigo quando a ele nos expomos deliberadamente ou dele não nos afastamos. S. Bernardino de Sena diz que dentre todos os conselhos de Jesus Cristo, o mais importante e como que a base de toda a religião, é aquele pelo qual nos recomenda a fuga da ocasião de pecado.
(…) S. Pedro nos afirma que o demônio rodeia cada alma para ver se a pode tragar: ‘Vosso adversário, o demônio, vos rodeia como um leão que ruge, procurando a quem devorar’ (1Pd 5,8). S. Cipriano, explicando essas palavras, diz que o demônio espreita uma porta por onde possa entrar na alma; logo que se oferece uma ocasião perigosa, diz consigo mesmo: ‘Eis a porta pela qual poderei entrar’, e imediatamente sugere a tentação. Se então a alma se mostrar indolente para fugir da tentação, cairá seguramente, em especial se se tratar de um pecado impuro. É a razão por que ao demônio mais desagradam os propósitos de fugirmos das ocasiões de pecado, que as promessas de nunca mais ofendermos a Deus, porque as ocasiões não evitadas tornam-se como uma faixa que nos venda os olhos para não vermos as verdades eternas, as formas das coisas santas e as promessas feitas a Deus.
(…) É verdade que Deus atende a quem Lhe suplica, mas não poderá atender à oração daquele que conscientemente se expõe ao perigo e não o deixa, apesar de o conhecer.
(…) Ó Deus, quantos cristãos existem que, apesar de levarem uma vida piedosa, caem finalmente e obstinam-se no pecado, só porque não querem evitar a ocasião próxima do pecado impuro. Por isso nos aconselha S. Paulo (Fl 2,12): ‘Com temor e tremor operai a vossa salvação’. Quem não teme e ousa expor-se às ocasiões perigosas, principalmente quando se trata do pecado impuro, dificilmente se salvará.”
(LIGÓRIO, Santo Afonso Maria. Escola da Perfeição Cristã, comp. de textos do Santo Doutor pelo Padre Saint-Omer, CSSR, 4ª edição, Petrópolis: Vozes, 1955, pp. 44-48)

 

Assine também o Baixo Assinado, clique aqui

https://secure.avaaz.org/po/petition/Arcebispo_de_Sao_Paulo_o_cardeal_dom_Odilo_Scherer_Repudiamos_uso_da_imagem_de_Nossa_Senhora_Aparecida_no_desfile_de_car/?aPVVAhb

Se você ainda não se manifestou sobre o assunto, seja por não ter conhecimento, seja por comodismo. Peço humildemente que se porte como cristão e não fique sentado esperando a Mãe de Deus ser colocada em meio a cobras e dragões, nudez, fornicação e perca da inocência de tantas crianças inocentes.

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